quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Relato das folhas de papéis

[02:24 da madrugada]. Desliga o computador. Coloca o pijama. Arruma o cabelo. Pega o caderno e a caneta. Deita-se na cama. Cobre-se com o lençol. E, finalmente, começa a escrever. Com isto, já está indo para mais uma linha e sem saber sobre o que dizer. Apenas mais uma noite - nada fria - do mês de fevereiro. 
(...)
Pensar. É o que mais tenho feito ao longo de toda a minha vida. Às vezes, fico imaginando como seria se alguém encontrasse este caderno e se deparasse com todas as minhas anotações. 
O que mais retrato nestas linhas são fatos, pensados ou já praticados, de uma vida composta por inúmeros sonhos, objetivos e algumas decepções que talvez, hoje, eu considere "felizmente".
Uma vida comum? Não. É muito maior que isso. Uma vida diferente. E justamente por ser diferente que eu continuo batendo na mesma tecla de minhas milhares críticas às pessoas de hoje e suas atitudes - ou, simplesmente, a falta destas.
(...)
Para. Respira fundo. Olha para o nada. Observa as linhas que compõem o teto do quarto. Ouve os ruídos causados por gatos na rua. O nada.
E lembrar de uma das frases de um ídolo, cuja qual diz que "pensar demais, faz a gente desistir" e se dar conta - ainda mais - que, na verdade, pensar demais não nos faz desistir. Pensar demais, para ser mais clara, faz a gente enlouquecer aos poucos. 
(...)
Exaustão. Para. Mexe no cabelo. Coça a ponta do nariz. Fecha o caderno e o joga no chão, junto a caneta. Apaga a luz. Um ponto final na noite de hoje.