sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Sobre lembranças e mudanças.



Acho que todo mundo, ao menos uma vez na vida, já guardou cartas e textos que costumava escrever ou receber. E, por guardar tais lembranças, um dia, acaba por encontrá-los e, de imediato, relendo. É inevitável não ler. 
Quem, em todo o Universo, nunca pensou em "como vou ser daqui 'x' anos?" Talvez seja por isso que nos habituamos a guardar coisas antigas. Ou não. Talvez seja simplesmente uma boa memória e haja carinho o suficiente pra tal. Não importa. 
O que eu quero dizer é que sempre que acontece esse tipo de coisa, nós pensamos - e nos lembramos - em como éramos e comparamos com o que somos agora. 
Me dei conta do quão egoísta eu costumava ser. E teimosa. E cega, também. Aliás, quase sempre fui cega. É o tipo de coisa que aprendemos a controlar com o passar do tempo. 
Hoje, com meus 20 anos de idade, posso dizer com convicção que quanto mais jovens, mais estúpidos somos. O lado bom disso tudo é que podemos escolher entre "crescer e amadurecer" - assim, muda-se de "estúpido" para "um pouco mais racional" -, ou "permanecer o mesmo". E digo por experiência própria. 
"Cresci" com o passar do tempo, e perder meu pai foi o fator principal pra que se iniciasse o processo de amadurecimento.
Ah, a juventude! São tão inconscientes de seus atos. Tão dramáticos e desesperados. O que os adultos esquecem de nos dizer é que nossos dramas de hoje, amanhã serão motivos de riso. Ou talvez até nos dizem. É apenas a estupidez jovial que nos impede de ouvir.
Eu costumava ser egoísta e teimosa nos assuntos do coração, porque me apaixonava facilmente. Sim, estou falando de paixão. É o que estraga a mente de qualquer adolescente em fase de crescimento. Se você está apaixonado, dificilmente - ou quase nunca - vai enxergar os erros, os defeitos e as complicações de se entrar num relacionamento. Você só consegue ver com clareza quando a paixonite passa. E é exatamente aí que as coisas mudam. Ninguém quer ter que se sujeitar aos caprichos de outrem. Ninguém precisa se sujeitar para agradar ninguém. Isso não é amor. Isso é estar cego e, de sobra, tangencialmente ligado à paixão. 
As pessoas não sabem amar umas as outras verdadeiramente. Se iludem com o pensamento de que sabem. As pessoas do mundo contemporâneo não sabem amar. Eu não sei amar. Você não sabe amar e isso é um fato. 
"Somos suspeitos de um crime perfeito, mas crimes perfeitos não deixam suspeitos". 
Quando eu tinha meus 15 para 16 anos, achava que sabia demais. Hoje eu vejo que nada sabia e que ainda não sei muito. A diferença é que não me deixo enganar por algumas belas palavras. Hoje eu sei o que eu quero e quem eu sou (e sei como isso soa egocêntrico, mas acredite: não é! Não é pecado admitir o que penso sobre mim).

Ao senhor do tempo, os meus mais sinceros agradecimentos. A mudança é sempre necessária e bem-vinda.